sexta-feira, 23 de julho de 2010

Me julguem

Hoje eu descobri que a Lu tem um carrapato no braço direito, que a Andreia tem o dedo mindinho gordo (enquanto o da Lu é desproporcionalmente pequeno) e que a Mariana está usando uns band-aids muito estranhos no pulso desde ontem. Os cutuvelos das três são enrugados, os cabelos desgrenhados e alguns muitos rasgadinhos nas roupas.

Brincadeiras a parte, a aula de hoje foi interessantíssima. Como é curioso o olhar do outro e como tentamos nos esconder mesmo imóveis. Na letra de uma música do Ney Matogrosso ele diz: "que bom ser fotografado mas pelas retinas desses olhos lindos". Sim, os olhos da Flávia por exemplo são lindos, mas tenho certeza que também foi complicado pra Lu, Andreia e Mariana serem submetidas ao raio-X feito por ela (digo "também" porque pra mim foi). Por que não pode ser lindo, né? Nós que criamos mil barreiras e é só nos mudarmos de contexto pra ficarmos perdidinhos da silva.

Ficou muito claro que enquanto performers temos que nos desprender desse medo de ser escaneado, das certezas malucas que inventamos pra nós mesmos. É claro que é difícil olhar nos olhos, é difícil ser julgado e julgar, mas estou muito animado com a proposta de praticar mais a "análise" do outro, tenho certeza que vai ser super enriquecedor. Estou pronto para experimentar um "auto-conhecimento reverso".

2 comentários:

  1. Nossa Paco! Que texto legal! O outro é como um espelho! Isso tudo me faz pensar como o exercício de estar nessa posição de observado é um desafio, principalmente se a gente pensa que o tempo todo na vida estamos buscando por amor. De alguma forma parece que todos nossos conflitos são simplesmente metamorfoses dessa busca de amor que não tem fim. Somos seres que precisamos dele para viver. Queremos ser admirados, respeitados,aceitos como somos e principalmete amados pelo que somos. E o pior, não adianta nem sermos amados de fato. Precisamos nos sentir amados a cima de tudo. Às vezes somos amados de formas que não entendemos ou queremos, mas se não nos sentimos amados da forma que almejamos, não ficamos satisfeitos. Não reconhecemos o amor....

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  2. Ah.... mais uma coisa: Foi tão bom ser lembrada da pinta que mora no meu braço direito e também desse meu dedinho realmente muito "inho". Somos tudo isso, com isso e por causa disso.

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