terça-feira, 31 de agosto de 2010
CORROÍDA
Ontem vi a peça ABRACADABRA, quer dizer... ABRA-CADÁVER... o meu cadáver corroído, aberto por dentro. Corroí, de ódio também, de desejo e de medo. Nossa, como eu queria matar cada um que saía fazendo barulho do teatro! Porque era totalmente ligado ao como eu queria ouvir o que ele dizia! E mesmo sabendo que estava morto, eu não conseguia abandoná-lo, o morto que era muito vivo morreria! Fomos expulsas do teatro, saí e logo em seguida, me arrependi. Do lado de fora, caí e não dormi. Fiquei hipinotizada, drogada, descontrolada, desestruturada e desequilibrada. Estou com vontade de cair numa cilada: pedir desculpa e sei lá pra quem. Chorar? Chorar deve ser diminutivo de encarar ou aumentativo de vivenciar. É que morrer é o aumentativo de viver!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Um pouco de João Cabral.
Um trechinho só de um metapoema, mas que podemos com todo gosto nos apropiar e jogar para um corpo dançante, ou outra coisa qualquer que qualquer um quiser.
Escritos com o corpo
Ela tem tal composição
E bem extremada sintaxe,
Que só se pode apreendê-la
Em conjunto: nunca em detalhe.
Não se vê nenhum termo, nela,
Em que a atenção mais se retarde,
E que, por mais insignificante,
Possua, exclusivo, sua chave.
Nem é possível dividi-la,
Como a uma sentença, em partes;
Menos do que nela é sentido,
Se conseguir uma paráfrase.
E assim como, apenas completa,
Ela é capaz de revelar-se,
Apenas um corpo completo
Tem, de apreendê-la, faculdade.
Apenas um corpo completo
E sem dividir-se em análise
Será capaz do corpo a corpo
Necessário a quem, sem desfalque,
Queira prender todos os temas
Que pode haver no corpo frase:
Que ela, ainda sem se decompor,
Revela então, em intensidade.
De longe como Mondrians
Em reproduções de revista
Ela só mostra a indiferente
Perfeição da geometria.
Porém de perto, o original
O que era antes correção fria,
Em que a câmara da distância
E suas lentes interfiram,
Porém de perto, ao olho perto,
Sem intermediárias retinas,
De perto, quando o olho é tato,
Ao olho imediato de cima,
Se descobre que existe nela
Certa insuspeita energia
Que aparece nos Mondrians
Se vistos na pintura viva.
Como o de coisa maciça
Que ao mesmo tempo fosse oca,
Que o corpo teve, onde já esteve,
E onde o ter e o estar igual fora.
Pois nessa memória é que ela,
Inesperada, se incorpora:
Na presença, coisa, volume,
Imediata ao corpo, sólida (...)
Escritos com o corpo
Ela tem tal composição
E bem extremada sintaxe,
Que só se pode apreendê-la
Em conjunto: nunca em detalhe.
Não se vê nenhum termo, nela,
Em que a atenção mais se retarde,
E que, por mais insignificante,
Possua, exclusivo, sua chave.
Nem é possível dividi-la,
Como a uma sentença, em partes;
Menos do que nela é sentido,
Se conseguir uma paráfrase.
E assim como, apenas completa,
Ela é capaz de revelar-se,
Apenas um corpo completo
Tem, de apreendê-la, faculdade.
Apenas um corpo completo
E sem dividir-se em análise
Será capaz do corpo a corpo
Necessário a quem, sem desfalque,
Queira prender todos os temas
Que pode haver no corpo frase:
Que ela, ainda sem se decompor,
Revela então, em intensidade.
De longe como Mondrians
Em reproduções de revista
Ela só mostra a indiferente
Perfeição da geometria.
Porém de perto, o original
O que era antes correção fria,
Em que a câmara da distância
E suas lentes interfiram,
Porém de perto, ao olho perto,
Sem intermediárias retinas,
De perto, quando o olho é tato,
Ao olho imediato de cima,
Se descobre que existe nela
Certa insuspeita energia
Que aparece nos Mondrians
Se vistos na pintura viva.
Como o de coisa maciça
Que ao mesmo tempo fosse oca,
Que o corpo teve, onde já esteve,
E onde o ter e o estar igual fora.
Pois nessa memória é que ela,
Inesperada, se incorpora:
Na presença, coisa, volume,
Imediata ao corpo, sólida (...)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
Estamos prontos para a apresentação no Jogo de Cena!
Núcleo de Formação da Anti Status Quo Companhia de Dança no Jogo de Cena.
" Cenas Surrealistas " de Dalí
O Núcleo de Formação da Anti Status Quo Companhia de Dança e bailarinos convidados apresentam uma adaptação de um trecho do espetáculo “DALÍ”, inspirado na obra e na vida do pintor surrealista Salvador Dalí, criado em 2000 por Luciana Lara e os bailarinos da Companhia. A pesquisa de movimento da coreografia investe na fisicalidade de algumas imagens recorrentes na obra do pintor, explora a sua personalidade controversa e excêntrica e também os métodos de criação utilizados pelos surrealistas (como o automatismo psíquico e o método paranóico crítico). Tudo para criar cenas surreais que parecem vir diretamente do inconsciente, do mundo dos sonhos.
Direção e Coreografia: Luciana Lara
Bailarinos convidados:
Marcela Brasil
Robson Castro
Núcleo de Formação:
Flávia Faria
Bruna Wieczorek
Diego Rodrigues
Marília Vilela
Paco Leal
Paulo Carpino
Sofia Wieczorek
Mariana Rizério
Valéria Lehmann
Trilha sonora especialmente criada para o espetáculo: Cláudio Vinícius
Figurino: Maria Carmem
Produção: Marconi Valadares
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
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