segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aula dessa terça

Gente dançante,

Amanhã a aula vai ser no Centro de dança mesmo. Depois combinamos uma nova ida à passarela como sugeriu a Claudinha, ok? Tenho muitas fotos para postar, mas no momento não vai dar  porque estou muito atarefada. Vai ser muito bom sentar e conversar sobre tudo que rolou!!! Parabens Danilo pela iniciativa! Foi muito bacana!

sábado, 28 de maio de 2011

Hoje!


Intervenção COLETIVA Subterrânea


Local: Passarela Subterrânea da 103 Sul

Dia: 27 e 28 de Maio. Quem sabe dia 29, 30, 31 também...

Horario: Manhãs inteiras, tardes inteiras, fins de tarde, inicios de noite...



INTERVIR no espaço urbano a fim de destina-lo à arte, à expressão, à vida.

TRANSFORMAR a degradação em arte, o abandono em criatividade!

TRANSFORMAR a passarela em galeria. Galeria aberta, livre e efêmera.

EXPOR junto com o que ja é exposto ali todos os dias.

CRIAR ali nosso espaço, nossa arte, nossa possibilidade.

LIBERTAR a arte do encarceramento, da prisão, do intocavel.



INVENTE. Leve sua arte, leve você! Tudo é bem vindo, tudo acrescenta!

Pinturas, Fotografias, Desenhos, Performances, Interevenções, Danças...



Paredes, pisos e teto receberão todas as obras.

Varais estendidos pela passarela pendurarão telas, fotografias, objetos.


PARTICIPE!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tirando o corpo fora

No nosso último encontro uma dimensão escondida de nós mesmos foi revelada em uma questão. Não no sentido de a desconhecermos. Ela sempre esteve lá, como as coisas do inconsciente bem no fundo, à sombra, quietas, meio que em segundo plano, mas ao mesmo tempo pulsantes. Já anunciado pela Claudinha, o aviso veio em forma de pergunta: "Alguém sabe como pega lepitospirose?" Não demos ouvido, apesar de escutarmos muito bem. Não à Claudinha, mas à nossa própria consciência, talvez por acreditarmos que somos imunes, afinal essas coisas não acontecem com a gente, só com os outros...

A visita sozinha da Rebeca à passarela de noitinha colocou à luz o risco. Materializado: ratos. Não alguns, mas muitos! Mais que dez. A presença real apagou a ilusão. A sensação do testemunho deu corpo a seu relato e trouxe à consciência a realidade, antes camuflada, esquecida, não encarada. Nós imbuídos de boas intenções queríamos mudar aquele espaço, mudá-lo para além de usá-lo: habitá-lo, com nossa dança, com nossos corpos o tornaríamos amigável, criaríamos laços afetivos com ele, apagaríamos suas marcas de abandono e violência. Cegos, surdos e mudos, salvar aquele espaço era nossa missão! Mas esse bem que queríamos fazer tem um risco, aquele que nos lembra o quanto mortais somos. Quem dança sempre coloca o corpo em risco, um risco meio calculado, mas sempre um risco... Quem dança, dança com seu corpo, no seu corpo, em corpo!

O quanto estamos disponíveis à uma proposta artística? Qual a noção posição ética, política diante do nosso trabalho artístico? Qual dimensão tem a nossa consciência? Qual é o nosso limite? Uma questão de inconsequência ou coragem ? Enquanto artistas sentimos na pele o quanto rejeitamos também aquele espaço, o quanto sabemos de seus perigos. Quanto custa mudá-lo? O ímpeto foi de tirar o corpo fora para alguns de nós! Por proteção, auto-ecologia, preservação... Com os limites questionados, o exercício da autonomia se impõe, a escolha é necessária, o posicionamento de cada um influencia todo o grupo, a pressão paralisa... Sem uma resposta só, agregamos à performance a questão!


A experiência de participar dessa proposta se resignificou para mim.  Poderíamos ter realizado ela e não ter chegado ao ponto que chegamos! O ponto de mutação!!! Adorei toda a discussão! Parabéns núcleo de formação! E obrigada!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

SUB




"Embriagados de vinho, eles chegam entre os gritos de seus companheiros, e cheios de alegria irrompem nas câmaras nupciais e seus corpos repousam nas camas que melhor se mostram como leitos de morte. E então, ai abarrotados de vinho, eles jazem no sono. O medo foi expelido. Uma pressa, uma urgência. E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. E quando você tenta me abraçar, e sonolento o braço estica, quase tua mão é ferida pela arma que carrego.

Eu... que nem tenho a pretensão de ser quem sou ando me dividindo, me multiplicando de alguém pra ninguém. Eu, já sem pretensões, encarno e desencarno, mas eles me reencarnam. Me colocam pra nascer todos os dias. Que crime cometi eu para não ser considerada digna? Este é por acaso o meu prêmio?

Sou arrastada pelos cabelos pelo sub-cutâneo do mundo. Meu corpo pressionado sub-humano sub-mundo. Eu, que tinha o mundo inteiro pra gozar e sem gozo nenhum, vasto mundo... Devorada... eu fico vendo todas as coisas em cima da minha cabeça. E eu, sem pretensões... Poderia ter sido Jesus Cristo. Tenho a cruz, a coroa. Jesus Cristo super star! Living in América!"

(trechos do autor grego Olvídeo, Caio Fernando abreu e meus, Samuel Cerkvenik)


Samuel Cerkvenik.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Intervenção Coletiva Subterrânea


Intervenção COLETIVA Subterrânea


Local: Passarela Subterrânea da 103 Sul

Dia: 27 e 28 de Maio. Quem sabe dia 29, 30, 31 também...

Horario: Manhãs inteiras, tardes inteiras, fins de tarde, inicios de noite...



INTERVIR no espaço urbano a fim de destina-lo à arte, à expressão, à vida.

TRANSFORMAR a degradação em arte, o abandono em criatividade!

TRANSFORMAR a passarela em galeria. Galeria aberta, livre e efêmera.

EXPOR junto com o que ja é exposto ali todos os dias.

CRIAR ali nosso espaço, nossa arte, nossa possibilidade.

LIBERTAR a arte do encarceramento, da prisão, do intocavel.



INVENTE. Leve sua arte, leve você! Tudo é bem vindo, tudo acrescenta!

Pinturas, Fotografias, Desenhos, Performances, Interevenções, Danças...



Paredes, pisos e teto receberão todas as obras.

Varais estendidos pela passarela pendurarão telas, fotografias, objetos.


PARTICIPE!

Cronograma do SUBMUNDO


17,19, 20 e 24 - Criação e Ensaios

25 - (quarta-feira) - Lavagem

26- (quinta) Montagem - Proposta de fazer a primeria intervenção neste dia no horário da aula

27 - (sexta) Abertura - Repetir a dose, ( repetimos as performances).

28 e 29 - Continua acontecendo


Se eu estiver errada me corrijam, mas acho que até agora é o que acordamos, certo?
Portanto fiquem atentos porque temos só 4 aulas !!!
A questão de apresentarmos as performances ao meio dia no horário da aula ainda está aberta.... Os solos individuais podem ser em outros horários .... Pensem se eles funcionam com tanta gente presente para assistir....

Já fez sua vivência individual? Seria ótimo e maravilhoso se ela acontecesse antes da aula de amanhã!!!!

Até! E mãos ás obras!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que ficou visível



Anotações das improvisações, o que eu vi e um pouco do que acho que as outras pessoas também viram. O que ficou para mim do dia que improvisamos na passarela subterrânea.  Talvez pontos de partida para o trabalho pessoal de cada um:


Rebeca - Caminhadas - As pessoas, os transeuntes  como parte do espaço. Os seus  personagens. O cotidiano, a pluralidade de seus habitantes. A dimensão humana. O corpo ocupando aquele espaço.

Marília - As especificidades do espaço, o contrário, de cabeça-para-baixo e o de trás para frente. Gestos reconhecíveis. A ordem do espaço. A realidade e a imaginação.

Danilo - A profundidade, as linhas que cortam o espaço, o som, as direções do movimento, o espaço livre e as barreiras. Contenção/expansão. A especificidade concreta do espaço. O espaço no corpo.

Marcela - Os planos, o contexto, o corpo no espaço, o corpo em risco eminente no espaço. O que é usual e o que não é naquele espaço. A função do espaço.

P.A. - A abstração dos gestos feitos naquele lugar, o passado daquele lugar, os hábitos, questões de gênero. A contraversão do espaço público. A beleza. O paradoxo.

Claudinha - As histórias daquele lugar, as mesnagens e recados que deixam no espaço, os textos nas paredes, o que o espaço guarda daqueles que passam por lá. As sensações.

Bruna - As emoções daquele espaço. O medo. O frio e o calor. O claro e o escuro ou obscuro. As dimensões psicológicas daquele espaço. O que ele causa. O lugar que ele nos leva.

Lu - A  violência. A raiva contida. As marcas e  cicatrizes daquele espaço. O que aquele espaço revela da sociedade. O espaço como corpo.

A imagens é de Gabriel Marx (artista da cidade, que a Rebeca me contou e eu fui atrás....)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

AVISO IMPORTANTE SOBRE A AULA DE AMANHÃ

Queridos que não foram na última aula ( Samuel, Valéria, Deise, Marina e Alejandrina), a aula de amanhã dia 5 (quinta-feira ) vai ser realizada na passarela subterrânea do eixão na altura da 103 sul .

Essa vai ser nossa primeira vivência no espaço proposto por Danilo para as performances que vamos desenvolver. Estarei no centro de dança saindo do ensaio ás 12h. Quem quizer ir comigo pode me encontrar lá pontulamente neste horário. Me dispuz  a voltar para o centro de dança depois da aula se vcs precisarem pegar seus carros... Não esqueçam de ir de tênis e roupa para aula prática além de levar um bloquinho de anotações para exercício de observação! Para quem vai direto, combinamos de estacionar no estacionamento do Centro São Francisco onde fica a parada do metrô!

Até!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Gostar ou não gostar eis a questão?



Uma vez me perguntaram se eu, por assistir e estudar tanto a dança contemporânea, não perdia o prazer de assistír à um espetáculo.  Uma questão interessante de se pensar já que o olhar de quem faz e pensa a dança fica tão informado, cheio de referências se tornando cada vez  mais crítico.  Quanto mais sabemos mais cruzamos informações, apreciamos detalhes e vemos. Ficamos sim mais exigentes, seletivos e talvez mais específicos. Aprendemos a ver coisas que não víamos antes e talvez só assim percebemos aquilo que não percebíamos antes. Será que é possível perceber algo que não sabemos? Ai meu Deus, mas aí já é outra questão, eu sei...  Mas, enfim, ao saber, não tem mais volta. Não é reversível. Somos contaminados por aquilo que sabemos e aquilo passa a ser  parte de nós. Nos perceber gostando de algo pode ser até interessante, mas não é tudo.


Outro dia, não sei bem onde, li uma frase que achei que de maneira simples explicava o que sentia e era mais ou menos assim: não deixo de contemplar e ficar extasiado diante de um céu estrelado só porque sei que as luzes que vejo são de estrelas qque já morreram e que viajam bilhares de quilômetros até a percepção dos meus olhos poderem captá-las.

Mas, tá certo, é uma frase que ajuda a entender o que acontece mas talvez não abarque a complexidade da questão. Primeiro que quanto mais sabemos, percebemos o quanto não sabemos e a dimensão do que ainda está por saber...  E depois, saber jamais é demais se nos dermos conta de como o conhecimento intensifica nossa percepção! Aumentamos as possibilidades de conexões e associações de idéias. Mais sinapses acontecem. Expandimos nossa subjetividade!

Agora ter prazer com o que assiste é outro departamento. Prazer é uma coisa muito pessoal. E cada um tem com um tipo de coisa...

Temos o costume e a curiosidade ao saírmos de uma apresentação de perguntar pro outro se ele gostou do que viu. Gostar ou não gostar talvez seja pouco para descrever ou falar de uma experiência estética.

Voltando a pergunta anterior :Sim, talvez fique mais difícil de "gostar" no sentido absoluto que essa tal coisa de gostar de alguma coisa parece carregar... O sentido do gosto muitas vezes está ligado a ideia de como se  algo fosse atingido pelo ideal da perfeição e bum, como mágica: eu simplesmente adoro aquilo... Ou quando é ligado ao prazer, hedonistas que somos.  Se não é porque é um modelo ideal e se não é pelo nosso reflexo narcísico o que sobra? O que significa essa coisa de gostar? Dá onde vem essa magia? O que produz essa sensação? E na verdade, e o que mais me interessa, porque gostamos ou não gostamos?

Gosto de pensar  ( não resisti de escrever assim) que gostar de alguma  coisa revela mais de você mesmo  do que da própria coisa. Gostar ou não gostar não atesta a "qualidade" da coisa. A  gente pode gostar de algo ruim, não é? Refletir sobre o gostar pode ser bem mais divertido. Pois daí é que se revelam os valores, as referências, as ideologias, a visão de mundo que talvez estejam na base deste sentimento que te faz gostar de algo...  Essa reflexão pode desvendar  a sua relação com aquela coisa, a sua  maneira de ver e criar sentidos para aquilo.


Fiquei pensante disso diante do espetáculo que assisti na última sexta-feira, no Instituto Cervantes, e a conversa/ apreciação estética que tive logo depois com Bruna e seu amigo, Rebeca, William e Isabela (de segunda e quarta). Obrigada pelo papo!