sexta-feira, 20 de maio de 2011
SUB
"Embriagados de vinho, eles chegam entre os gritos de seus companheiros, e cheios de alegria irrompem nas câmaras nupciais e seus corpos repousam nas camas que melhor se mostram como leitos de morte. E então, ai abarrotados de vinho, eles jazem no sono. O medo foi expelido. Uma pressa, uma urgência. E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. E quando você tenta me abraçar, e sonolento o braço estica, quase tua mão é ferida pela arma que carrego.
Eu... que nem tenho a pretensão de ser quem sou ando me dividindo, me multiplicando de alguém pra ninguém. Eu, já sem pretensões, encarno e desencarno, mas eles me reencarnam. Me colocam pra nascer todos os dias. Que crime cometi eu para não ser considerada digna? Este é por acaso o meu prêmio?
Sou arrastada pelos cabelos pelo sub-cutâneo do mundo. Meu corpo pressionado sub-humano sub-mundo. Eu, que tinha o mundo inteiro pra gozar e sem gozo nenhum, vasto mundo... Devorada... eu fico vendo todas as coisas em cima da minha cabeça. E eu, sem pretensões... Poderia ter sido Jesus Cristo. Tenho a cruz, a coroa. Jesus Cristo super star! Living in América!"
(trechos do autor grego Olvídeo, Caio Fernando abreu e meus, Samuel Cerkvenik)
Samuel Cerkvenik.
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