Meu corpo ainda está marcado.
Por algum motivo eu gosto de olhar para essas marcas.
Senti que o desejo de me livrar dos pregadores era muito maior do que a dor.
Dor em diversos graus, desde uma leve pressão até o belisco insuportável.
Fiquei ofegante, entrei em desespero e cheguei a beira da exaustão.
Exaustão causada por não ter certeza de quando eu conseguiria me livrar do último, por naquele momento acreditar no esgotamento de possibilidades de movimentos, e pela dor, que ia ficando cada vez mais aguda.
Tive dificuldade de interagir com os espectadores.
Não consegui conciliar a minha agonia, com o fato de estar performando.
Não me questionei o porque de estar me submetendo a isso.
Simplesmente me entreguei e vivi.
Vejo como ricas as experiências sensoriais desse tipo e sou encantada pelo que elas despertam em mim.
Analisando agora, isso é muito maior do que a dor.
Penso que situações como essas realizam muito do que busco, por mais que eu não consiga expressar essa busca em palavras.
E talvez seja por isso que eu dance.
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