sábado, 17 de março de 2012

Anotações sobre a demonstração de Tadshi Endo




Você não pode aprender butoh. Mas todos podem dançar butoh. Talvez todos tenham a flor do butoh dentro de si. O trabalho de um mestre/professor é o de abrir a porta para você ver sua flor. Como na imagem do quadro de Dalí que tem uma girafa pegando fogo, temos todos  gavetas e dentro delas diamantes. Vc tem que aprender abrir suas gavetas para ver o seus diamantes. Não é possível botar meu diamante dentro da sua gaveta, pois meu diamante é a minha experiência de vida. E vc também não deve ficar abrindo a mesma gaveta sempre, tem que abrir uma gaveta aqui no peito outra na perna, outra nas costas para ver vários diamantes.

Se eu danço tem que ser a minha própria dança. Uma dança original. Esse é o espírito do butoh.

Butoh - Ma - Ma significa entre ( in between). Esse butoh precisa de uma diagonal e não tanto dos pólos branco e preto, feminino/masculino.  


A tensão é necessária. O conforto te deixa preguiçoso.

Hijikata dizia: "Se vc está feliz você não precisa dançar"

Vc tem que mover com uma razão.

As ações de alguma forma querem manter a dor no corpo ao mesmo tempo que desesperadamente busca se livrar dela. 

O público não quer só ser surpreendido com movimentos, ele quer ver a sua lama, compartilhar e fazer parte. Não é fácil.

Quem dança butoh dança até a morte. Uma dor não o para, o corpo velho não o pára, Kasuo Ohno nos ensinou isso.


Apesar de tudo o que anotei ter vindo de Tadashi Endo sua maneira própria de dizê-lo é muito diferente de minhas anotações e pra quem esteve presente lá sabe o quão especial imagético e corporal foi sua fala, o que seria impossível transferir pra cá e por isso não me atrevo a colocar aspas. Essas palavras foram como consegui traduzir um pedaçinho dos ensinamentos de hoje...



Pra quem não foi ainda no espetáculo não deixe de ir !!!! Vale a pena!




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